
Mendoza avalia mineração de cobre para impulsionar economia
Douglas AvillinProjeto PSJ Cobre Mendocino pode iniciar operações em 2028
Com investimentos bilionários, geração de empregos e forte resistência ambiental
A província de Mendoza, na Argentina, conhecida mundialmente pela produção de vinhos, pode em breve se tornar também um polo de mineração. O projeto PSJ Cobre Mendocino, anteriormente chamado de San Jorge, propõe a extração de cobre na região de Uspallata, a cerca de 120 km da capital mendocina.
Sob liderança da Zonda Metals (Suíça) e do Grupo Alberdi (Argentina), o projeto está em fase de avaliação ambiental e prevê um investimento de US$ 559 milhões, com início das operações estimado para 2028. A expectativa é de uma produção anual de 40 mil toneladas de cobre fino, ao longo de um ciclo de até 27 anos.
Impacto econômico
Segundo os proponentes, a iniciativa poderá gerar cerca de 3.900 empregos na fase de construção e 2.400 durante a operação, incluindo empregos diretos e indiretos. O projeto também está sendo considerado para o Regime de Incentivo a Grandes Investimentos (RIGI), do governo argentino, que visa atrair capital estrangeiro e fomentar projetos estruturais.
Reações locais
Apesar do potencial econômico, o PSJ Cobre Mendocino enfrenta forte oposição de produtores de vinho, ambientalistas e moradores da região. A principal preocupação é o impacto no uso da água — a mineração requer captação de até 141 litros por segundo de um riacho local, o que poderia afetar diretamente o ecossistema do vale e a produção agrícola.
A proposta gerou debate intenso em Mendoza, especialmente pela contradição simbólica: uma região que construiu sua identidade em torno do vinho agora avalia uma virada para a mineração.
Estratégia política
O governador de Mendoza, Alfredo Cornejo, declarou apoio ao projeto, destacando a necessidade de diversificar a economia regional diante da estagnação no mercado vitivinícola e da migração de investimentos para outras áreas do país.
A decisão final dependerá da aprovação legislativa e do processo de consulta pública, que está em andamento.
Esta matéria foi produzida com base em fontes públicas e verificadas, e é publicada pela Foster Wine com caráter editorial e informativo, como parte do compromisso em acompanhar os impactos econômicos e ambientais sobre o setor vitivinícola.