Às novas gerações...

O ano de 2025 marca um momento decisivo para o mercado global de vinhos. Diversos relatórios divulgados entre o fim de 2024 e o início deste ano, como o estudo da IWSR (International Wine & Spirits Research), já antecipavam movimentos que agora se confirmam com ainda mais clareza.

O consumo de vinho segue em trajetória de transformação. Em mercados tradicionais da Europa, a retração observada nos últimos anos se intensifica, fruto do envelhecimento da base consumidora e da dificuldade em atrair as novas gerações. Paralelamente, cresce a influência de comportamentos ligados ao bem-estar e à moderação, com consumidores cada vez mais atentos ao teor alcoólico, à origem e ao propósito de cada rótulo.

A pressão econômica também segue impactando o setor. A busca por equilíbrio entre preço e qualidade tornou-se central na escolha dos consumidores, especialmente em países que enfrentam desafios financeiros. Isso tem forçado marcas e produtores a repensarem suas estratégias — tanto em termos de posicionamento quanto de portfólio.

Mas o cenário não é apenas de alerta. Iniciativas inovadoras, embalagens alternativas e propostas sustentáveis vêm ganhando espaço, sobretudo entre os Millennials, que hoje se mostram mais abertos à experimentação e dispostos a investir em experiências vínicas com mais significado.

A movimentação prevista pela IWSR — que indicava a saída de cinco milhões de consumidores de vinho entre 2021 e 2024 — não paralisou o setor, mas o obrigou a se reinventar. E a resposta começa a surgir com clareza em 2025: vinhos mais conectados com valores contemporâneos, com narrativas autênticas e uma proposta de consumo que vai além do rótulo.

O mercado está em transição. A tradição ainda tem seu lugar, mas precisa dialogar com um novo público — exigente, conectado e, acima de tudo, consciente. O desafio é grande, mas o potencial para quem souber interpretar os sinais do presente é ainda maior.