Estados Unidos: O Motor Global do Mercado de Vinhos e Seus Reflexos no Brasil

Os Estados Unidos se consolidaram como um dos protagonistas mais relevantes do mercado global de vinhos. Em 2023, o país importou cerca de 1,23 bilhão de litros, movimentando mais de US$ 6,99 bilhões em importações, o que representa aproximadamente 17,4% do total global, segundo dados da plataforma US Import Data.

Além disso, de acordo com o relatório “The US Wine Industry in 2023”, publicado pela Forbes (por Liz Thach, MW), o setor vinícola norte-americano movimentou mais de US$ 107 bilhões em vendas, com crescimento de 46% nos últimos cinco anos. Embora os dados sejam de 2023, eles demonstram claramente a dimensão do mercado americano e sua influência estratégica sobre a cadeia global do vinho.

Ranking dos maiores consumidores de vinho no mundo (OIV 2023):

1. Estados Unidos – 33 milhões de hectolitros/ano
2. França – 25 milhões
3. Itália – 23 milhões
4. Alemanha – 20 milhões
5. Reino Unido – 12 milhões

O Brasil aparece na 17ª posição, com aproximadamente 4,3 milhões de hectolitros consumidos por ano. Ainda que distante do topo, o país apresenta crescimento gradual, impulsionado por uma cultura enogastronômica cada vez mais presente e valorizada.

Impactos no Brasil: tarifas, logística e política internacional

A política comercial internacional exerce forte impacto sobre os preços dos vinhos importados no Brasil. Tarifas de importação, custos logísticos, instabilidade cambial e pressões fiscais elevam os valores ao consumidor final. Tensões recentes entre Estados Unidos e União Europeia, envolvendo sobretaxas sobre vinhos, também podem redirecionar fluxos comerciais e gerar novos desafios para países importadores como o Brasil.

Em contrapartida, rótulos de países como Chile, Argentina e Uruguai seguem competitivos graças a acordos comerciais favoráveis com o Brasil, fortalecendo a presença dos vinhos sul-americanos nas prateleiras brasileiras.

Douglas Avillin | Sommelier de vinhos na Foster Wine